A prática do cicloturismo movimenta milhões de praticantes em todo o mundo e está em crescimento, segundo diversos especialistas. Na Europa estima-se que ocorram anualmente mais de 2.200 mil milhões de viagens de cicloturismo, gerando mais de €44 mil milhões anuais (Weston et al 2012). Na Dinamarca estima-se que o volume financeiro total gerado pelo cicloturismo seja 1,8 mil milhões de coroas dinam (189 milhões de euros).
Países como a Alemanha, Dinamarca, Holanda, Áustria ou França têm um elevado número de praticantes. Em França estima-se que 5,5 milhões de passeios de férias estejam classificados como cycle holidays (Mercat, 2009). O principal país emissor de cicloturistas na Europa é a Alemanha, seguida do Reino Unido e a Holanda. Segundo o estudo «El impacto económico del cicloturismo en Europa, 2014», um cicloturista gasta em média 57€/dia e 439€ por viagem. Em França a despesa média de um cicloturista é 10€ superior aos turistas em geral, e até mesmo 30€ se o ciclista for estrangeiro.
O cicloturismo apresenta diversas tipologias:
Cycling Holidays: envolve mais de um dia de atividade e longe de casa. O passeio de bicicleta é a principal motivação. A oferta destes programas pode estar integrada em pacotes com tudo incluído ou em programas de self-guided tour.
Holiday cycling: inclui, pelo menos, um dia de passeio de bicicleta, mas esta não é a principal motivação das férias. Os programas estão centrados, normalmente, em torno de um único alojamento a partir do qual os turistas saem nas suas incursões ou visitas;
Cycle day excursions: passeios de 3 horas, para recreio e lazer, a partir de casa ou do alojamento. É, normalmente, encarada como uma atividade para ocupar tempo livre e para lazer.
No que respeita às motivações associadas à prática de cicloturismo, estas incluem desde preocupações com saúde e interesse pela prática desportiva, ao contacto próximo com a natureza e a possibilidade de explorar e conhecer outros sítios.
Quanto aos praticantes são enquadrados em 2 tipologias:
-ciclistas dedicados fazem férias com a motivação principal de pedalar, normalmente vários dias e grandes extensões;
-ciclistas participantes agregam o cicloturismo com caminhadas, observação da natureza, etc.
Cycling & Walking na região do Algarve
O Turismo do Algarve e entidades parceiras têm vindo a empenhar esforços no reforço da posição da região neste produto turístico – Cycling & Walking, um segmento que pode vir ajudar a combater a sazonalidade. Segundo a entidade turística e a ANA Aeroportos, o Algarve dispõe de rotas e traçados como a Ecovia do Litoral (Eurovelo), a Via Algarviana, a Rota Vicentina, a Rota do Guadiana que permitem oferecer a este segmento turístico uma oferta completa.
No Algarve, estima-se que o Turismo de Natureza tenha gerado 6 milhões de euros somente em empresas sediadas na região (2013) e 7 milhões de euros (2014), (Relatório Turismo Algarve, 2014). A média do peso que as atividades de Turismo de Natureza têm na atividade das empresas de animação turística na região é de 68%.
Relembramos que em janeiro de 2016, o Turismo do Algarve e a UVP-FPC estabeleceram uma parceria por forma a promover a região como local de excelência para a prática do ciclismo nos mercados externos.
Num estudo realizado pela TDI para a ANA – Aeroportos de Portugal foram reveladas conclusões que apontam para o crescimento do cicloturismo no Algarve, cujos segmentos com maior potencialidade são homens e mulheres de 45 a 55 anos, casais, pequenos grupos e famílias. Para estes, a região e a atividade são igualmente importantes para a escolha do destino (46%). O estudo revela que 63% são visitantes pela 1ª vez e que 57% fizeram reservas diretas. Meses com maior apetência para realizarem as viagens: março, abril, maio, setembro, outubro e novembro.
Segundo a ANA, «Este estudo é o ponto de partida para o lançamento do Programa para o desenvolvimento do cycling & walking 2016-2019, que visa assegurar um trabalho de estruturação do produto e de comunicação internacional, assente numa forte articulação entre os stakeholders públicos e privados, liderada por uma parceria institucional constituída pela Amal, ERTA, ATA e Turismo de Portugal.» Segundo a ANA, o crescimento médio anual de passageiros comerciais no Inverno (período IATA) entre 2014 e 2015 foi de 20%.
Fontes:
El impacto económico del cicloturismo en Europa, 2014
Algarve Products Assessment and Development Action Plan, Tourism Development International, janeiro de 2016
Relatório Turismo Algarve, 2014
www.ana.pt