A escala de prontidão tecnológica (Technology Readiness Level – TRL) foi desenvolvida pela NASA com o intuito de prover uma medida relativa ao estado de uma nova tecnologia em relação ao seu uso para futuros sistemas espaciais. Consolidou-se como uma métrica de uso mundial importante não apenas para avaliar a prontidão tecnológica, mas como método para analisar riscos inerentes ao processo de desenvolvimento tecnológico e fornecer bases para a tomada de decisão e orientações para gestores, investidores ou investigadores.
Segundo o Plano Tecnológico da NASA, a tecnologia é definida como a aplicação prática do conhecimento para criar a capacidade de fazer algo novo de forma inteiramente nova. É diferente da pesquisa científica, porque engloba um novo conhecimento do qual a tecnologia é derivada para resolver problemas técnicos específicos.
Para definir o TRL, analisa-se a progressão da tecnologia em etapas de pesquisa, desenvolvimento e implementação. Esta escala permite que as pessoas tenham dados de referência consistentes para entender a evolução de tecnologias, independente do conhecimento sobre o assunto.
A classificação de prontidão da tecnologia é feita se baseando em nove níveis de 1, o mais baixo, até 9, o mais alto. O nível 1 diz respeito ao início das pesquisas, enquanto o nível 9 significa que o elemento está pronto e sendo operacionalizado ou comercializado.
Os níveis TRL apresentam-se da seguinte forma:
- TRL 1 – Princípios básicos observados e descritos;
- TRL 2 – Conceito tecnológico ou aplicação formulada;
- TRL 3 – Função crítica analítica e experimental ou prova do conceito;
- TRL 4 – Validação do componente e/ou equipamento em ambiente laboratorial;
- TRL 5 – Validação do componente ou da placa de ensaio em ambiente relevante;
- TRL 6 – Modelo do sistema/subsistema ou demonstração de protótipo em ambiente relevante;
- TRL 7 – Demonstração do protótipo em um ambiente operacional;
- TRL 8 – Sistema atual pronto e qualificado por meio de ensaios e demonstrações;
- TRL 9 – Sistema atual aprovado com sucesso.
Estes níveis de desenvolvimento tecnológico constituem uma ferramenta estratégica de gestão de projetos ao permitirem a identificação da fase de prontidão atingida, possibilitando aos gestores identificar a sua evolução, programar e orçamentar o trabalho.
Os nove níveis atuais têm a seguinte descrição:
- TRL 1: a pesquisa científica começa a ser transferida para a investigação aplicada e o desenvolvimento.
- TRL 2: início da atividade inventiva. É a formulação do conceito da tecnologia. Acontece quando seus princípios básicos já foram estudados e encontra-se aplicação prática para as descobertas iniciais.
- TRL 3: a tecnologia é elevada ao TRL3 quando se iniciam pesquisa e design ativos, ou seja, quando estudos analíticos e laboratoriais avaliam se a tecnologia está apta a prosseguir para os próximos processos de desenvolvimento. Estes estudos e experiências devem constituir uma validação do tipo “prova do conceito” das aplicações/conceitos formulados no nível anterior.
- TRL 4: nesta etapa a tecnologia é validada por meio de investigação laboratorial, testando se os requisitos da performance de aplicação podem ser atingidos.
- TRL 5: neste nível, a fidelidade do componente testado tem que aumentar significativamente. O TRL5 é uma continuação direta à etapa anterior: nela também se efetuam testes, mas desta vez em ambientes simulados que se assemelhem o máximo possível da realidade.
- TRL 6: nível importante no que se refere à fidelidade da demonstração da tecnologia em que um modelo representativo ou um modelo/protótipo do sistema será testado em ambiente laboratorial de alta fidelidade ou em ambiente operacional simulado ou real;
- TRL 7: nível significativo que requer demonstração do protótipo do sistema no espaço definido para utilização. O protótipo deve estar próximo do caso real ou na escala do sistema operacional planejado e a demonstração tem que ser realizada no ambiente previsto. Pretende-se assegurar a confiança na engenharia e na gestão do sistema. Apenas será realizado para tecnologias ou sistemas que sejam críticos ou de alto risco.
- TRL 8: este nível constitui geralmente o final do desenvolvimento tecnológico do sistema. Prova-se que a tecnologia funciona na sua forma final e nas condições esperadas.
- TRL 9: Fase final de demonstração tecnológica a priori à colocação no mercado com a sua comercialização. Todas as tecnologias a serem aplicadas passam por este passo. Esta fase é o final dos últimos acertos do desenvolvimento do sistema, permitindo melhorar o produto para além da programação inicial. Aplicação do componente, tecnologia ou sistema na sua forma final e nas condições reais.
O método TRL foi aceite mundialmente devido à sua comprovada eficácia em mensurar o nível de prontidão de tecnologias, mas seus benefícios vão além disso e alcançam indústria, universidades e até mesmo o ecossistema de inovação.
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