O desempenho das empresas em 2020 ficou fortemente marcado pelo impacto da pandemia. Apesar dos dados menos animadores, há que ressalvar que quase 60% das empresas apresentou um resultado líquido positivo no ano de 2020. E um terço das empresas conseguiu mesmo aumentar o seu volume de negócio.
Os dados e as contas das empresas e dos setores de forma detalhada:
Apesar do forte impacto que a pandemia teve nas contas, no desempenho e no rendimento das empresas em 2020, 56% das empresas apresentaram, ainda assim, um resultado positivo em termos de contas.
Durante o ano de 2020 foram, as empresas mais sujeitas a restrições e constrangimentos, que pioraram os seus resultados, mesmo apesar de contarem com vários apoios do Estado. Fala-se, neste caso, dos setores de alojamento e restauração, transportes, serviços gerais, indústrias, retalho e grossistas.
No que se notou a intervenção do Estado, num aspeto mais positivo, foi no número de empregados das empresas. Devido aos vários apoios, foi possível às entidades patronais manter o número de postos de trabalho, não se notando uma grande diferença em relação ao ano transato de 2019.
Volume de Negócios
Relativamente ao volume de negócios, mais de metade das empresas registou uma quebra, sendo que um terço dessas empresas registou uma quebra superior a 20% do seu volume de negócios.
Para fazer face a essa quebra foram criados vários apoios do Estado português (como o Programa Apoiar) que, ainda assim, contribuiu para que os danos causados pela pandemia fossem minimizados tanto quanto possível.
De enaltecer, por outro lado, que mesmo em tempos pandémicos, houve empresas que conseguiram aproveitar as oportunidades e aumentar, apesar do contexto, o seu volume de negócios. Neste caso verifica-se que um terço das empresas aumentou o seu volume de negócio e que um quinto registou um crescimento de mais de 20%.
Dessas empresas, destacam-se os setores das Tecnologias da Informação e Comunicação, Construção, Atividades Imobiliárias e Agricultura. Os dados demonstram que, durante o ano de 2020, existiu um crescimento nos negócios destas áreas, mantendo então a tendência que se verificava no ano de 2019, ainda que este crescimento tenha sido mais modesto.
No que toca aos custos das empresas, é seguro afirmar que a quebra do volume de negócios em 2020 foi acompanhada por uma redução dos custos operacionais, como seria expectável.
Resultado Líquido das Empresas
Como também seria de esperar, depois de verificarmos os números acima mencionados relativamente à quebra do volume de negócios, o resultado líquido das empresas também foi bastante inferior em relação a anos anteriores, tendo-se registado uma quebra em mais de metade das empresas comparativamente com 2019.
Apesar desses dados menos animadores, há que ressalvar que, mesmo assim, 58% das empresas apresentou um resultado líquido positivo no ano de 2020.
Exportações
Também as empresas exportadoras foram fortemente afetadas pela crise pandémica. Segundo os dados, mais de metade destas empresas exportadoras registaram uma forte queda de negócios. Relativamente às exportações, destaca-se o facto da exportação de bens ter sido mais afetada do que a exportação de serviços.
Os 5 principais setores exportadores e os seus resultados:
- Indústria- Queda de 11,2%
- Grossista- Queda de 11,8%
- Transportes- Queda de 31,7%
- Serviços Empresariais- Queda de 17,6%
- Tecnologias da Informação e Comunicação- Aumento de 2,1%
Emprego
Como já tínhamos feito menção, os números mais animadores verificam-se na empregabilidade. Muito devido a apoios do Estado (Apoios à Tesouraria), que permitiram às entidades patronais continuar a suportar os custos de manter os seus funcionários, a redução do número de empregados não acompanhou a forte queda do volume de negócios e dos resultados.
Assim, o que se comprovou foi que a percentagem de empresas que reduziram o emprego em 2020 manteve-se em níveis semelhantes aos de 2019, não se registando, portanto, uma influência direta muito negativa devido à pandemia.
A resiliência das empresas
A pandemia causou danos que pareciam irreparáveis. Mas há esperança para as empresas. Para além de todos os apoios fornecidos pelo Estado, que contribuiu para que várias empresas conseguissem manter os seus negócios, também já se verifica uma recuperação notória das empresas em 2021. A resiliência de muitas empresas mantém a esperança de uma recuperação cada vez maior e mais rápida. Outras aproveitaram ainda todo o contexto pandémico desfavorável para potencializar as suas empresas e, com todas as adversidades, aumentar o seu volume de negócios e a faturação.
*Este artigo baseou-se numa análise realizada pela Informa e que poderá consultar aqui.